domingo, agosto 29, 2010

Música





Afaga a alma, solta a imaginação... Em busca de inspiração.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Match Point


"The innocent are sometimes slain to make way for grander schemes. You were collateral damage."

quarta-feira, dezembro 28, 2005

A Noite na despedida...



Dedicado a Henry Chinasky e ao seu Criador.

Este é um texto de ficção e não pretende retratar uma pessoa ou conjunto de pessoas vivas ou mortas.

Hoje apenas vi a claridade do dia durante duas horas... Levantei-me às 4h, e às 6h já era noite. A cerveja assola-me o pensamento... e a primeira coisa que fiz quando me levantei foi ir ao frigorifico para abrir uma lata. Sinto-me um eremita, pensei. É optimo...
Liguei a tv para ver se encontrava alguma coisa com que me entreter, mas em vão...
Pensei então em ler um livro, mas a escolha era escassa e a maior parte dos autores desinteressantes. Ocorreu-me ir à net para ver se havia alguma mulher susceptivel de ser engatada naquele preciso momento... Preciso de mais alcoól, pensei.
Não demorou muito até acabar o pack de 6 latas que me restava... Estava outra vez bêbado, mas não me importava nada com isso. O alcoól ajudava-me imenso com as mulheres...pelo menos era esta a ideia que eu tinha.
Cansado da luz do computador fui para o sofá. Pus os headphones e aproveitei para abrir a garrafa de whisky de segunda que tinha no mini-bar. Bebi meia garrafa... Até adormecer.

Acordei de manha com o telefone a tocar... Era Bruna do outro lado.
«Sim?», disse eu.
«Hugo és tu?»
«Claro, quem haveria de ser? Ligaste para a minha casa...»
«Estás com uma voz péssima...»
«Estou de ressaca. Espero que tenhas um bom motivo para me acordar a esta hora.»
«São 10h da manhã. Acordei te?»
«Diz lá o que queres...»
«É so pa dizer que amanha tenho o dia livre... podemos ir beber uns copos juntos... Isto claro se o Sr.Hugo não se importar...»
«Ok. Podes passar por aqui amanha... Depois logo vemos o que fazemos.»
«Até manha então...» e desligou.

Bruna era uma mulher com longos cabelos escuros, escorridos pelo rosto. Era mais baixa que as mulheres a que eu estava habituado... mas tinha algo de especial que me cativava... Talvez fossem os seus olhos verdes, muito expressivos... ou a sua cintura bastante fina...enfim, o que importava era que ela me punha louco.
Nesse dia passei pelo supermercado para me abastecer de bebidas e alguns petiscos. Quando estava a chegar a casa reparei que tinha alguém à minha porta. Era silvino, um amigo de longa data que já não via há anos...
«Entao Hugo, como é que estás?»
«Velho e porco», respondi.
«Já vi que não mudaste... Os velhos hábitos continuam os mesmos.»
«Sou velho demais para mudanças. Entra.» disse eu.

Passámos o dia a beber e a relembrar os nossos tempos de adolescencia. As mulheres com quem tinhamos dormido, os carros roubados... tudo servia de desculpa para um tema conversa sem dúvida interessante mas ameaçadoramente repetitivo.
Já sem nada para contar, parámos de falar e dedicámo-nos apenas e exclusivamente à bebida enquanto nos preparávamos para assistir ao grande jogo da época no conforto do meu sofá velho desgastado pelo tempo e pelas noites intensas que eu havia passado nele. Abri outra garrafa.

Findado o jogo, Silvino levantou-se do sofá em direcção à porta...
«Gostei de te ver Hugo...»
«Eu também Silvino. Eu também... Aparece mais vezes.»
«Podes contar com isso!», disse ele antes de sair.

Nessa noite, sob o efeito do whisky que tinhamos bebido ainda fui escrever umas páginas do meu romance...Era assim que gostava de trabalhar... Bêbado e sem ninguém para me chatear... Apenas eu, o whisky e o meu computador.

No dia seguinte, era meio dia quando acordei com alguém a bater na porta.
«Hugo!»
Abri a porta. «Nao podias vir mais tarde?»
«Por amor de Deus! Já viste que horas são? Estiveste outra vez a beber?»
«Não sei fazer outra coisa.»
«Toma um banho... Tresandas a alcoól»
«Queres vir comigo?», perguntei.
«Onde?»
«Tomar banho...»
«Já tomei!»
«Tomas outra vez... Aproveitas e...»
«E... o quê?»
«Depois vês... Anda.»

Despimo-nos e entrámos no banho com a àgua a ferver.
Depois do banho fomos para o meu quarto e deitámo-nos os dois na minha cama... Eu sequei-me antes de entrar mas Bruna não.
«Vais ficar assim? Molhada?»
«Porquê? Não gostas?», respondeu.
«Adoro... Anda cá...», e demos um beijo.

Ficámos juntos toda a noite... No outro dia acordei com o corpo todo dorido.
«Já não tens idade para estas coisas Hugo», disse para mim mesmo.
Fui à casa de banho. Lavei a cara, os dentes e vesti-me. Quando regressei ao quarto já Bruna estava vestida.
«Tás com pressa para ir a algum lado?», perguntei.
«Tou. Vamos...», disse ela enquanto agarrou na minha mão.

Peguei no carro e pedi-lhe que me dissesse onde queria ir. Ela indicou-me o caminho e seguimos.
Bruna levou-nos para um local onde eu nunca tinha estado, pelo menos sóbrio, disso tinha a certeza.
Era um parque enorme com vista para o mar.
«Tenho fome, vou buscar alguma coisa para comer. Queres que te traga alguma coisa?», perguntou-me.
«Sim, qualquer coisa que se coma e cerveja.»
«Maldito velho!», gritou.

O sitio era calmo. Conseguia-se ouvir o barulho da àgua com uma perfeição incrivel... Olhei para trás e vi Bruna a chegar com as coisas.
«Toma, comprei-te uma sandes de galinha, espero que gostes.»
«E a cerveja?»
«Se queres alcoól vais buscá-lo.»

Levantei-me irritado, em direcção à roulote que estava na entrada do parque, precisamente no lado oposto do local onde nos encontrávamos. Pedi três cervejas e fiz o caminho inverso.
Quando estava a chegar ao pé de Bruna parei, e fiquei ali a olhar para ela... Era linda demais para um velho como eu. Sabia que a ia perder e que mais tarde iria escrever sobre ela... Era um pouco lamechas, mas inevitável.
Quando cheguei, Bruna disse apenas «Fotografa-me.»
Abri uma lata, dei um trago... Bruna virou a cabeça e olhou para o horizonte...
Era a noite na despedida...

domingo, novembro 13, 2005

Elizabethtown



Men see things in a box, and women see them in a round room.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Nós




Enquanto pessoas, pensamos essencialmente em nós proprios. Esta é a dureza da realidade do homem. Será que agimos bem em tal situação, será que deveríamos ter feito algo de outro modo, sempre com a consciência virada para a nossa pessoa. Admitindo este facto ou não, todos temos a sua perfeita noção.
Uma das preocupações mais comuns, é a de saber se estamos a corresponder às espectativas dos outros, tentando agir sempre de forma a transmitir uma boa imagem de nós proprios às pessoas em redor.
Das várias sensações que o homem pode experimentar, uma das que lhe confere maior satisfação é precisamente sentir-se apreciado e admirado pelos outros. O que acontece é que na maior parte das vezes, não pensamos que os outros também carecem de apreciação. Somos arrogantes ao ponto de querer ser apreciados, sem sequer nos dar-mos ao trabalho de dispendermos dois minutos da nossa atenção para pensar nas necessidades das outras pessoas. Quantas vezes já não ouvimos a regra de ouro "Não faças aos outros aquilo que não gostavas que te fizessem a ti". Pois bem, dita de outra forma parece-me bem mais interessante: "Faz aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti". Esta expressão tem efeitos bem mais práticos no nosso dia-a-dia, e permite-nos agir no lugar de reagir. É muitas vezes na apreciação do outro que ganhamos a sua simpatia e a sua admiração por nós, e é este facto que nos permite "dar" para posteriormente podermos "receber" uma qualquer apreciação por parte dos outros. Tal como na natureza onde antes de colher temos de semear. Podemos assim desta forma ter não só a sensação de importância em relação à nossa pessoa, como permitimos que todos se sintam bem à nossa volta.
"Porque afinal nós...Somos apenas aquilo que fazemos e sentimos...nada mais. "


Sandro

terça-feira, julho 12, 2005

Sem Destino


Foto de Pedro Palma


Estou em pleno verão, no quarto, devastado pelo calor que me traz a estranha sensação de cansaço mesmo tendo a certeza que não fiz nada para que assim esteja.
A janela do quarto permanece aberta na esperança de algum vento, mas a unica coisa que faz questão de entrar são os mosquitos.
Lá fora está tudo calmo, vendo-se apenas as luzes que dão vida às janelas dos ultimos sobreviventes desta magnifica noite, como aliás costumam ser as noites de verão.
A caneca de água gelada que tenho ao meu lado enquanto olho como um hipnotizado para o portátil, é a unica coisa que me mantem fresco, ainda que seja uma sensação que dure apenas alguns segundos. Ponho a musica que me serve de mote para a reflexão e deito-me na cama, ainda desfeita da noite anterior.
Começo a antever as minhas férias deste verão, sempre na esperança de que melhorem de ano para ano.
Fecho os olhos, e assim continuo na minha viajem interior, sempre com a musica como pano de fundo para os meus pensamentos e ilusões, à medida que idealizo os tempos de férias que se avisinham.
Festivais de verão, viajens, saídas, tudo passa pela minha cabeça, até que adormeço.
A meio da noite levanto-me para parar a musica que ja se repetia por algumas horas. Desligo o computador e volto-me a deitar, mas desta vez sem tempo para pensar em mais nada que não seja dormir.
Acordo no dia seguinte, com o sol a entrar pela janela como que me convidando a dar uma espreitadela para o exterior.
Levanto-me, tomo um banho e sinto que é tempo de tomar uma decisão.
Pego nas chaves do carro, no saco-cama e em algum dinheiro. É tempo de partir.
Entro no carro e a minha unica preocupação é se tenho todos os cd's que quero comigo.
Arranco, e desde logo o cd começa a soar aos meus ouvidos.
Paro na estação de serviço mais próxima, e encho o depósito.
Não sei para onde vou, mas curiosamente isso não me preocupa nada no momento...Digamos que vou seguir apenas para norte...Andar até onde o destino me quiser levar... Talvez não páre e siga em direcção a outro país... Caminhando apenas com os meus sonhos, ilusões e com o meu som, os unicos capazes de partilhar comigo esta jornada de loucura e satisfação. Sorrio e... Sigo o Caminho... Sem Destino.

Sandro

domingo, junho 26, 2005

Crash








" It's the sense of touch. In any real city, you walk, you know? You brush past people, people bump into you. In LA, nobody touches you. We're always behind this metal and glass. I think we miss that touch so much, that we crash into each other, just so we can feel something."

Filme do Ano