Ankh - Pensamentos Egípcios

Solstício No Meu Olimpo

O meu encontro contigo terá sempre lugar nos dias em que o sol pára no horizonte. Vigia-nos de longe na esperança de se alimentar da nossa energia, positiva ou negativa. A harmonia entre os elementos estabelece-se como condição inerente, criando uma fantasia que o tempo se encarregará de cumprir: envelhecer-nos lado a lado com o feitiço do presente.
O vento sacode o pó com rajadas de ar quente, abrindo espaço para que a incerteza sobre as próximas horas da nossa vida se instale. Na minha memória imagino um deserto infinito, sem saber onde começou, sem saber onde irá acabar. Entardece e o nosso momento onírico aproxima-se do seu final à medida que o sol cede ao canto sedutor do crepúsculo. É tudo tão efémero e não nos conhecemos bem mas a tua expressão confirma que algo devemos temer: os planetas não estão todos alinhados, deixando os demónios correr pelo deserto. Deverei agarrar a tua mão e fugir contigo pelo deserto até que o tempo nos apanhe, ou será altura de dizermos adeus?
Somos dois forasteiros perdidos entre o céu e a terra. Apetece-me segredar-te ao ouvido: quem sabe se voltaremos a ver-nos...


João Esteves


Sol

Tu que me iluminas o caminho...
Que me aclaras os olhos e aloiras o cabelo...
Tu que assistes a todos os meus devaneios e loucuras mesmo de noite...quando te escondes atrás deste imenso mundo...
Sol
És tu que eu vejo quando abro a janela para o meu momento de nostalgia, especialmente quando bates em retirada em prol do céu com cor peculiar...
Deixa-me olhar para ti... Porque me cegas quando o tento fazer?
Tu que de tempos a tempos danças com a Lua... Esse tal bailado que cega os mais curiosos...
Na praia, no campo... Em todo o lado...
Como é bom estar contigo...

Sol... Posso antes chamar-te........... Amigo?


Sandro Carriço