quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Cumplices Cartas

Caro amigo,

Proponho para hoje uma reflexão sobre a temática do Amor, este sentimento que faz “tremer” o corpo e a alma.
Mas afinal em que consiste o amor? O que é realmente o amor? Românticos ou não, todos nós, ao longo da vida, somos afectados por este estado de espírito, alguns várias vezes, outros nem tanto. E o que é ser romântico? É compreender verdadeiramente o amor, ser meigo e carinhoso para a pessoa que amamos, ou é identificarmo-nos com o movimento artístico e literário do Romantismo? Certamente que são noções semelhantes mas com significados distintos. Poetas românticos ou não, encontramos o amor inesperadamente, não é algo que consigamos controlar. Podemos tentar escapar-lhe, mas desafio qualquer um a fazê-lo com sucesso. Quando menos esperamos, uma pessoa aparece de forma imprevisível na nossa vida, emergindo resplandecente diante dos nossos olhos. Um único olhar, um aperto no coração, uma sensação ardente. Poderá ser na rua, no comboio, no autocarro, no metropolitano, no avião, na faculdade, numa exposição de arte, na praia, no supermercado, no café. Está sempre presente e à espera, sem o pressentirmos e sem termos consciência dele. Considero interessante a forma como o acaso pode juntar duas pessoas perfeitamente desconhecidas e diferentes, e uni-las através dum sentimento partilhado por ambos. É o poder do amor, e é aqui que reside a sua magia, o seu tom misterioso e o seu fascínio. Contudo, tem o seu lado negro e a forma como lidamos com as decepções amorosas é relativa. Amar e não ser amado pode ser desastroso. O Homem necessita do amor para se sentir completo e para tornar a vida mais interessante. Um dia Nietzsche escreveu: «O que é feito por amor é feito para além do bem e do mal».

O teu cúmplice
João Esteves
Forte da Casa, 15 de Fevereiro de 2005

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Keep up the good work » » »

9:38 da tarde  

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